Aqui estou eu para responder ao desafio feito pela minha mais que tudo.
Para quem não sabe o que estou a falar, o desafio consiste em escrever sobre um determinado tema.
Desta vez é o seguinte: "escrever um texto sobre o medo do desconhecido. O porquê desse medo nas pessoas? Que é isso de desconhecido? Qual é a sensação que nos assalta quando temos medo?"
........................................................................................................................ Será que a primeira abordagem a este desafio devia ser sentir medo do tema que me desafiaram?
As questões que o tema desafia a resolver são bastante mais profundas do que se pode pensar. Para uma criança seria por instinto uma resposta óbvia do "porque sim", mas nós sabemos algo que eles não sabem, a vida deixou-nos sentir o medo como as crianças não sentiram numa óptica menos fantasista. Devo contudo fazer uma ressalva porque a origem do medo mesmo nos infantes tem o mesmo fundamento.
No norte, de onde eu sou natural, contava-se uma história às crianças sobre um dito homem do saco, que levava as crianças mal comportadas, ou então que não estavam a dormir quando os pais as iam ver. Confesso que à primeira vista isto é de todo despropositado, mas na altura como é que eu ia diferenciar se era ou não mentira? A primeira coisa que me apercebo à medida que vou falando disto é que temos neste caso pessoas que nos fazem sentir seguros contra tudo o que de mal pode acontecer no mundo, mas ao mesmo tempo perante o "homem do saco" verificamos que até os super heróis que são os nossos papás pareciam impotentes perante tal entidade. À partida esse sinal de receio deles acaba também por passar para nós porque a nossa fonte de verdade e conhecimento vem directamente dos nossos progenitores.
O medo afinal é o quê? Que sensação esquisita que nos invade o corpo, nos deixa dormentes e ao mesmo tempo tremelicantes? Parece que há algo que não nos deixa perceber o quê mas que temos a certeza que o melhor é mesmo meter-nos debaixo dos cobertores e esperar que passe. Por outro lado, temos também uma grande certeza que é a de pelo menos 1 vez na vida toda a gente sentiu medo. Para quem não me acompanhar neste raciocínio façam o seguinte teste...
1º dia na escola, 1º dia que foram conhecer um tio que tinha uma voz profundamente grossa e voz deixava assustados, 1º dia que foram à natação, 1º dia que foram a um acampamento, 1º dia que foram fazer bungee jumping?
O ponto comum disto tem a ver com a primeira vez que estivemos numa infinidade de acontecimentos ou experiências que por alguma razão nos tiravam do nosso porto de abrigo ou da nossa "safe zone" para irmos de encontro ao desconhecido. Digo isto porque nunca tínhamos vivido nada semelhante e por essa razão acabamos por sentir uma enorme necessidade na nossa cabeça de por não saber todas as dimensões, actividades, contornos, objectivos, etc... o que acontece? Buh! Medo!
Ninguém gosta de ter o dito cujo, mas de facto podemos também dizer que ninguém tem controlo sobre o mesmo... Mas não há nenhuma forma de o ultrapassar? Depende do conceito que estivermos a utilizar, contudo posso afirmar que há esperança!!!
Porquê?
Simples o medo acaba por ser ultrapassado não só pela passagem pela experiência que por vezes não é suficiente, mas em compreendermos que o que não conhecemos depois de passar a conhecido não tem mais margem para a imaginação ou a suposição do que será que haverá ali ou acolá. Tornasse familiar e daí que para o considerarmos uma coisa normal e natural de estar à nossa volta, aquele desconhecido e medo dissipam-se por completo... ou pelo menos até encontrarmos algo que não conheçamos e com razão tenhamos algum receio do que pode ser.
O que é o desconhecido? Algo que não conhecemos por definição e nos está vedado à mente e ainda não fomos desafiados a entrar em contacto com o mesmo. Depois como se esse conceito já não fosse incógnita suficiente ainda temos de lidar com as imaginações férteis de quem nos rodeia... Acreditam que antigamente quando Portugal iniciou os descobrimentos se dizia que no Atlântico a água fervia e derretia tudo o que por lá navegasse? Ou que estava cheio de monstros que impediria qualquer homem que por lá se aventurasse de regressar vivo.
Esta teoria de fundamento clássico (Gregos e Romanos) foi rapidamente evaporada pelos bravos lusos que decidiram que nada do que era dito podia ser realmente fiável enquanto não se pusessem eles mesmos à prova! Fizeram-no e descobriram todo o mundo! O desconhecido deixou de existir neste campo, havia uma humanidade enganada com base em dizeres de eruditos e estudiosos que apenas justificaram o que não podiam conhecer não como uma limitação técnica ou tecnológica mas como uma crença superticiosa e recorrendo a mitos que assustavam as pessoas. De certa forma, acredito que nem tudo isto era ingenuidade, só por uma coisa simples: reconhecerem o seu limite era de certa forma colocar em questão tudo o que eles próprios sabiam como certo, daí o recurso a dogmas... (A Igreja tem feito o mesmo com bem mais sucesso ao longo de vários séculos e continuam a atormentar o medo do desconhecido de uma vida após a morte...) tem a sua ponta de curiosidade se formos ligar diversas áreas da nossa realidade.
A sensação de impotência e de terror de algo que está fora da nossa concepção mental e física do qual o mais que sabemos por vezes é apenas o nome e se nunca o tivermos ouvido ainda vai causar mais pânico.
Uma coisa é certa, as coisas que temos realmente medo, normalmente é porque de uma forma nem que inconsciente lhe atribuímos a capacidade de nos tirar algo que gostamos ou algo que nos possa magoar e lhe ganhamos uma aversão terrível.
Just one piece of advice, don't be scared like a pussy cat... just face it with reason, everything will get a new light after you give it some thought or just face it like a man.
- Buh!
- Yeah...
- BUHHHH!!!!
- Hm hm...
- Oh you already now that there isn't any reason to be scared?
- Yep.
- Then i'm going to scare the next person if you excuse me and until the next fear, fairwell!
- Have a nice journey :)
1 comentário:
desafio aceite e cumprido com distinção!! :D
Gostei muito do texto! Realmente o medo é algo mesmo humano. Mesmo os mais valentes têm muitos medos
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