quarta-feira, 13 de janeiro de 2010
5º Império
Estava a postar algumas ideias, e daí tinha começado a expor algumas das temáticas mais mirabulantes quando uma data de pessoas que timidamente vieram espreitar o meu blog e me disseram que devia escrever em Português. Decidi que se de alguma forma posso classificar as pessoas como uns fiéis seguidores também podia fazer a vontade de vez em quando... e leram muito bem porque eu sou de fazer muitas vontades, apenas o gosto de escrever fala mais alto para esta situação.
Aquilo que me lembrei foi de fazer homenagem a uma das línguas mais faladas no mundo, porque acreditem ou não o português está mesmo no top 10. O Brasil é realmente o maior incentivo para esta estatística, a minha única lamentação vem de encontro ao famoso acordo ortográfico, um achado...
Essa pérola do Oriente, ou melhor do Ocidente vendo da perspectiva Portugal - Brasil. O que se pode dizer que não tenha sido dito nos media? As tradicionais já toda a gente sabe, que tem umas cedências mais para o nosso lado que para o deles, que as percentagens são um bocado absurdas, que em termos de herança linguística se vê o português a ficar brasileiro do que o inverso? Isso já vocês se foram apercebendo, e daí não constitui nenhuma novidade, aquilo que pode ser novidade para alguns, será o 5º Império!
O que é afinal este 5º Império?
Primeiro uma informação introdutória:
Os quatro primeiros impérios eram, segundo Padre António Vieira, pela ordem: os Assírios, os Persas, os Gregos e os Romanos. O quinto seria o Império Português.
Também o grande Fernando Pessoa se vem a reportar a esta mesma terminologia no seu livro: Mensagem.
Aquilo que acontece com Fernando Pessoa embora com outras justificações históricas é consagrar uma utopia. Portugal desgastado ao longo de séculos de guerras, instabilidade política, incompetência governativa, iliteracia, más escolhas internacionais, conduziu o bendito país ao Século XX para um atraso notório em relação à Europa Ocidental. Aquilo que se apercebeu Fernando Pessoa, e que gostava de partilhar convosco era justamente a reflexão que envolve o pensamento desta mesma utopia.
Quem não aprendeu na escola ou em algum manual sobre as descobertas, riquezas, glórias e outros acontecimentos que cimentaram Portugal para sempre na História? A questão é que mesmo no nosso tempo áureo no Século XIV e meados do Século XV, nunca chegamos a ser como uma Espanha, Holanda, França, Inglaterra, Alemanha no seus respectivos apogeus. Aquilo que podemos dizer foi que descobrimos grande parte do mundo, que criamos a noção de comércio global e se calhar não muito mais senão espalhar a fé cristã e cultura portuguesa.
Então como é vendo o dealbar do Século XX e agora às portas do Século XXI poderemos renascer como uma fénix das cinzas e ocupar o nosso lugar por direito no lugar cimeiro deste planeta?
Pela via bélica está fora de questão, não temos nem equipamento nem população para isso, e mesmo que tivéssemos, somos bem conhecidos por gostar de fazer "nenhum".
Outra via seria a monetária, mas temos um problema uma grande fortuna no nosso país é algo reduzida comparado com outras no estrangeiro o que não nos permite ter grande iniciativa nem grande destaque salvo raras excepções...
Bem eis a sugestão de Pessoa em divulgar o nosso povo e cultura pela nossa linguagem, fruto de cruzamento de inúmeras civilizações e povos que fizeram de nós a nível linguístico quem somos. Havia quem fizesse a metáfora que para saber como seria a origem de um português, teria de pegar num saco que transportasse imensos produtos como o café, arroz, milho, e outros produtos que tais, que vão deixando restos no fundo do saco com a sua passagem, e dessas sobras todas juntas se obteria um português.
Como vêem não é de todo ao acaso que dizem que somos filhos do mundo, temos nas nossas veias a riqueza civilizacional de imensa gente, o português genuíno, não é nem o transmontano nem o alentejano, nem o algarvio, seja o minhoto ou o beirense. Nós somos genuínos porque como os portugueses não há mais nenhum, desbravamos o mundo inteiro, comunicamos e cruzamo-nos com todos os povos que encontramos, de lá nasceram mais portugueses que foram enriquecendo a nossa liga genética e nos tornaram tão únicos como o mais raro do diamante.
Somos fogo, água, ar e terra, marchamos contra os canhões, corremos campos sem fim, remamos até ao infinito, levantamos voo quando nos diziam que éramos doidos, contra todas as adversidades o português caminhou confiante e orgulhoso da sua pequenez e mesmo assim somos olhados com respeito. Este facto não é por acaso, porque quem estiver benzido com o gosto da cultura, saberá certamente quem são os portugueses e hesitará em dizer o seu nome levianamente. Os portugueses são maiores do que a própria vista pode enxergar... Quem nos conhecer, quem souber de onde viemos sabe que fizemos o que mais nenhuma se pode vangloriar, talvez a maioria prefira assim, a falta de conhecimento é sempre uma ajuda contra os iletrados, que nem sonham do que poderiam dizer para gelar o mais sábio.
Ser português é um orgulho de nascença que nos faz gritar bem alto o hino, a Amália e todos os símbolos da nossa pátria com que nos identifiquemos.
Faz-nos ser hospitaleiros, meigos e doces para quem recebemos nos nossos lares, gostamos que quem estiver na nossa companhia tenha o melhor, e até do pouco se dá mais do que se podia para quem quem partir leve um sorriso nos lábios.
Essa pureza de ser, entranhado nas nossas origens não sai nem com água nem com lixívia, uma cicatriz que não pode ser corrigida por nenhum cirurgião.
Ser português é ter o maior tesouro dentro de nós.
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1 comentário:
ser português é ser mais alto, é ser maior do que os homens (...)
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