domingo, 28 de fevereiro de 2010

These humans...


O que são afinal?

O quê?

Isto... e vocês.

Quem?

Todos!

Vinha a caminho de casa quando tive uma luz... a importância que por vezes essa iluminação tem, o que por mundamente é utilizado como apenas iluminação de uma habitação ou de uma localidade, que nos permite vislumbrar o que a ausência de luz solar não deixa. Não é disso que falo.

Lembrei-me justamente de após a dita iluminação falar de algo peculiar em todos os humanos.
Todo o mundo, tal como o conhecemos, muda, não me perguntem quanto, isso não é o relevante aqui. Apenas há mudança e ela acontece por vezes quer a gente queira quer não, e não há propriamente nada que possa ser feito sem ser conformar-mo-nos.
Quem não ouviu uma vez na vida que tem de ser mais, tem de fazer, tem de conseguir atingir o inatingível, que no fundo as pessoas nos fazem acreditar que não é assim tão inatingível desde que trabalhemos e nos esforçarmos. Creio que isso é o que um progenitor normal nos dirá e não deixará que a pressão e o nosso fascínio por tudo o que de mais colosso nos desperta e faz aperceber da vastidão e complexidade da própria vida... e de quem está a passar por nós na rua e o papel que eventualmente essa específica pessoa pode ter, ou o impacto global dela mesma...

É um facto mais do que comprovado e batido que os humanos tentam num movimento e esforço perpétuo evoluir e sair da prisão que muitas vezes são eles próprios, reinventam-se, transformam-se, mudam o visual, a roupa, a forma física, até a sua própria sexualidade e outro comportamento ou afirmação psicológica que seja capaz de proporcionar uma identidade com a qual a paz seja compatível e também a estabilidade emocional.
Há qualquer coisa em todos nós que nos faz realmente diferentes e por outro lado estupidamente previsíveis. Tenho feito esse exercício e é impressionante como conseguimos transpor barreiras, escalar o que aparentemente não tinha uma brecha onde pudéssemos segurar-nos com alguma fiabilidade. Até agora... 100% bem sucedido.

Hey! Não tenho de ser melhor do que ninguém ou nada que estou aqui a referir, apenas queria deixar uma "pegada" nesse sentido. Sabiam certamente que a nossa fisionomia e aptidões dependem obviamente do meio em que estamos certo? Bem por meio não temos necessariamente de nos referir apenas na vertente sociológica das pseudo-oportunidades que serão bem mais favoráveis, e/ou facilmente alcançáveis quando se tem um bom apoio e suporte familiar, económico, social, cultural, etc...

Vamos aprofundar um pouco mais.

Até a Natureza nos define e as nossas características que são identificáveis comparativamente com outras pessoas.
Onde nascemos, entenda-se o sítio geograficamente concreto... influencia-nos. Nem podemos deixar de dizer gugu dádá e já estamos a ser influenciados. Como por exemplo? Algo simples, os humanos que vivem nos Himalaias tem características que lhes permitem viver com muito maior resistência que qualquer um que não ande por lá. A razão é simples, a altitude dos Himalaias por ser onde está o ponto mais alto de todo o mundo, torna que os humanos para lá habitarem precisam de ter por exemplo uma caixa torácica relativamente maiores do que os europeus por exemplo, que lhes permitem aguentar muito melhor o tipo de geografia com que lidam diariamente. Com o aumento da altitude também a própria atmosfera se torna menos densa, gera assim uma maior separação das moléculas do ar e consequente uma menor pressão. Significa isto que em concreto, a uma altitude de 5000 metros, a quantidade de oxigénio disponível para respiração encontra-se reduzida a 50% em relação ao nível do mar.

Existem bem mais exemplos que nos poderiam diferente nesta medida fisiológica e que nos tentam denotar de todos os demais, mas ao mesmo tempo, todos queremos ser mais do que possivelmente poderíamos ser à nascença. Essa pressão começa desde que nos incutem os primeiros sonhos do grande médico, advogado, banqueiro, governante, jogador de futebol que podemos vir a ser. Sem nos apercebermos e desde a tenra idade que o ser humano é permeável a receber todo o tipo de informação seja boa ou má (outro critério que não quero entrar em grandes pormenores).
Todo este engrandecimento nos transporta para uma espécie de constante e perpétua ascensão na sociedade e em tudo que estejamos envolvidos, a necessidade de ser o nº1 é francamente uma vontade e aspiração que se aceita como válida e justa. Mas essa necessidade no fundo pode ter bem mais que se lhe diga. Na sua óptica de elevação constante, em busca de uma maior realização, da nossa marca neste mundo, há uma "divinização" do ser humano em questão que conseguiu ir mais longe que todos os outros, é alvo de respeito, veneração, culto, cerimónias e comemorações que param um país se for preciso.

Somos humanos ou deuses?

Prometeu, esse ousado ser que roubou o fogo aos deuses para o dar aos homens, recebeu um belo castigo, acorrentado nas rochas e com uma águia que repetidamente lhe comia o fígado e que após toda essa agonia, o seu fígado voltava a regenerar-se.

Outros que apontam para outra definição deste problema, podem chamar-lhe Karma, colhes o que semeias. Quer queiras quer não, não há acção sem consequência, o que denota que de alguma forma há uma relação directamente entre a prática do bem e do mal, onde respectivamente algo bom ou mau te acontecerá consoante a natureza da tua acção ou intenção.

Numa perspectiva mais religiosa podemos falar de um livre arbítrio que se diz que até um anjo ousou questionar Deus. Pobre anjo... caído. Bem não sabemos se teve algo a ver ou não mas facto é que temos livre arbítrio, ou pelo menos gosto de acreditar que sim e que não há plano mais maquiavélico do que o meu a falar sobre isto tudo (ok... até pode haver porque tudo isto pode apenas ser uma teoria pateta, mas depende de como o forem lendo, pois há luzes que podem acender-se ao andar deste mesmo texto) contudo, nada do que exterior a este pensamento pode entrar, não tem se não deixarem, se não julgarem, se não tentarem diferenciar-se por reflexo ao que está escrito e se defenderem com o que acreditam ser mais verdadeiro ou mesmo verdadeiro.

Sejamos honestos, há demasiada pressão que nos melhorar e ser menos defeituosos do que o dia que viemos cá ter, depois de 9 meses de pontapés dentro da nossa mãe pela irritação que nos provoca ter de sair do nosso sossego eterno. Os bebés choram devido ao choque que sofrem pelo ar entrar pela primeira vez nos seus pulmões, quando não há choro é mau sinal, os pequenos pulmões dos ditos cujos não estão a trabalhar correctamente por isso uma palmaduska de boas vindas a este mundo não pode vir em melhor altura para provocar a 1ª reacção e dor fora do conforto da barriguinha da mamã.

Vá sejamos honestos, por muito que a maior parte do globo não nos conheça, nós sabemos que há sempre alguém que é capaz de nos ler, que nos conhece melhor que qualquer outra pessoa e nos deixa desarmados de espanto ou de surpresa. Há coisas que bem que sejam pensadas e postas em prática, haverá sempre quem em virtude da coisa mais estranha nos vai prever e ler de uma forma que ninguém havia sido capaz, vai colocar em causa a nossa "divindade" de pensadores ou de executores exímios da nossa obra prima. Há sempre alguém acima não há? É difícil sermos invulneráveis como os ditos Deuses que nada que façamos pode abalar do seu posto imaculado e todo poderoso. Acaba por ser uma chatice confessemos, nós esforçámos mesmo do mais profundo do nosso ser para conseguir ser o número 1 e estão lá aqueles jarretas a deixarem-nos fazer figura de otários depois de tanta previsão de movimentos e jogadas de um tabuleiro de xadrez que pode ser a vida mais as nossas escolhas.

You bastards!

Depois deste momento de pequena exaltação e frustração pela nossa condição finita e limitada, não nos sentimos assim tão impressionantes nem tão magníficos ou dignos de admiração pois não? Bem eu não me senti, o que acabou por ser engraçado por contrariar tanto que a sociedade nos faz favor de incutir gratuitamente e que a certo momento já não consideramos nada diferente porque se toda a vida ouvimos algo, é porque deve ser verdade.

Mas!

Quando estamos iluminados o suficiente para dizer aquela palavra que preocupa e deixa a tremer todos os que acreditam em dogmas da mais diversa espécie, pode haver um detalhe que não tenham pensado, e muito provavelmente até podem nunca ter pensado se aceitaram uma verdade como absoluta sem ousarem por em causa o que está instalado. Nem que seja para vos fazer sentido, o mais pequeno sentido, de algo que não sejam outros a dar-vos as premissas de um raciocínio e vos condicionem à partida o próprio resultado e vos força indirectamente a concluírem o que os outros tinham dito. Bastante engenhoso... mas há algo a estudar o que de mais parvo possa parecer. A filosofia por exemplo faz as pessoas pensar do que por vezes nunca haviam concebido ser possível. Estavam formatados para apenas aquilo como haviam de conceber algo diferente? Não podiam. Nas minhas aulas de filosofia e quem por exemplo levava aquilo como realmente uma experiência rara em que alguém nos queria ouvir sinceramente sobre a nossa visão do mundo. Sentirão isso? Em caso de resposta negativa lamento por vocês. Mas no caso de terem dito que sim, pensem no seguinte. Estar numa sala de aula onde até vá ponderemos ter um professor digno do nome, que ensina e também aprende com os alunos, pergunta-lhes algo sinceramente para o qual não há resposta certa, mas há a resposta de cada um. Não nos deixou constrangidos? Ou então um bocado sem saber o que dizer? Não é que não saibamos o que dizer, mas de facto foi tão raro as vezes que nos deixaram dizer algo relacionado com isso que até estranhamos que a esmola seja demais, ou que alguém esteja a filmar aquilo para posteriormente usar contra nós (malditas tecnologias que tornam tudo possível lol). De qualquer maneira mesmo quando pensamos que é a nossa altura de brilhar e de nos fazermos ouvir no seio de uma turma onde podemos ter mais ou menos respeito e admiração, acontece algo inesperado... (ou então até é bastante esperado) sentimos a pressão do efeito que a nossa resposta pode ter em quem nos ouve, que em seguida nos julgue, nos goze, não nos leve a sério, nos considere alguém bastante instável para ser considerado uma pessoa racional e diligente. Tal pressão fazia com que muita gente dissesse o politicamente correcto e o que estava mais que estabelecido. Para os que saiam da "concha" e saíam com um pedaço de genialidade vindo do mais profundo do seu ser, que por tudo o que tinha passado fazia perfeito sentido, e no qual o professor ficava radiante por ter uma cabeça pensante que arrisca, sai do que é esperado que faça e anime a vida do pobre professor.
As palavras saem e as pessoas ficam espantadas, estupefactas com a ousadia e determinação, de tal forma que esperam que um trovão ou a censura do lápis azul entre em funcionamento e o cale de toda a heresia ou barbaridade que está a dizer... (não no sentido literal), surpresa das surpresas, isso não tem de acontecer, e muitas vezes em que acontece é o medo de abalar o que para eles estava sedimentado... No fundo chama-se a este tipo de pessoas: fracos, cobardes, ingénuos, crentes no que não faz sentido, pessoas que envergonham os seres pensantes (que eles próprios deviam ser e escolhem limitar-se e vedar-se à diferença. Activa-se o preconceito, o racismo, a xenofobia, os radicalismos, reage-se do que se tem medo que se propague, que se torne inaceitável, imoral... E sabem o que acontece no caminho? Direitos, Garantias, Liberdades, Opinião Livre, e outros conceitos bonitos como os que referi ficam sem efeito, ou são tão reduzidos que nem que seja socialmente já fomos condenados e fuzilados pelo nosso querido meio.

Ironia dos humanos não é?

Noutra altura aprofundo mais o monólogo... Hope you liked it.











(Private message. - *@ Kimi o aishiteru)

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