terça-feira, 8 de junho de 2010

O Regresso dos Super Heróis


Isto era algo que não fazia vai para muito tempo. Não me perguntem porquê... sinceramente também não sei.


Há aquelas coisas que nos ocupam sempre quando há pouco ou nenhum tempo, penso que estava bastante trabalho em cima da mesa. O horário é extenso e como tal, nada tem ajudado para que o mesmo blog seja premiado com a minha presença e como tal estar a par das novidades ou dos meus pensamentos com que gosto tanto de poder deixar a "pegada".


Que se tem passado afinal nestes tempos?


Apetece-me responder nos termos da anedota em que o cego diz para o paralítico:

- Como tens andado?

Ao que o outro responde:

- Como tens visto.


Realmente posso dizer que depois de uma fase bastante exigente a nível académico e que requereram quase uma hibernação ou uma semi-hibernação, por fim posso sair da "toca" e apreciar as cores da vida que tanto gosto.


Isto é uma monotonia para a maioria das vidas que se vêem a serem vividas, no qual as pessoas nem tempo perdem para fazerem algo diferente ou a serem capazes de pensar "outside the box"... parece que já não há qualquer tipo de iniciativa ou expectativa que certas coisas na vida da pessoa mudem.


Afinal o que aconteceu ao herói que cada um tem dentro de nós, e que nos primeiros anos de vida até à adolescência acreditavam mudar o mundo, acompanhados com uma vontade de ferro não haveria nenhum obstáculo que pudesse estar no vosso caminho sem ser obliterado?


Por algum motivo se tendem a esquecer do quão bravos e espirituosos eram. Os meninos ganham barba e bigode, e pelos por todo os cantos do corpo segundo o que as meninas dizem. Devo dizer que são calúnias! As hormonas são criaturas mágicas e esquisitas e não há nada que se possa fazer para combater essa realidade assombrosa.


Já as meninas por sua vez, dizem-se muito maduras e dão um salto a nível de intelecto e de forma de ver o mundo que faz parecer que os rapazes que estão na adolescência continuam a viver no mundo das cavernas enquanto saltam como macacos de um lado para o outro, ou então correm freneticamente nos corredores, onde vão contra os cacifos da escola e se riem como se tivessem assistido a um momento hilariante (sim eu sei, é francamente deplorável, mas na altura aquilo estranhamente parece fazer sentido e não há quem quem veja isso, não posso dizer que tenha sido um deles mas até que entendo o nível de desenvolvimento cerebral em algumas coisas confesso deixar algo a desejar, tendo como possível manifestação, a que supra referi).


No fundo, aquilo que vos queria mesmo transmitir era para nunca perderem o vosso "S" no peito, nem o vosso ímpeto de coragem e de bravura que têm sido aquilo que fundava as bases de orgulho dos nossos espectadores familiares de maior idade.


Acho que por vezes a minha forma de ver o mundo tão destemida e determinada fazia as pessoas olhar com alguma suspeita em relação ao estado da minha sanidade em estar assegurada ou se teria atingido algum nível crítico. Porque era diferente em pensar certas coisas do mundo, e ter certos objectivos que por si eram demasiado ideais, que apontavam ser da idade e que com o tempo iriam ser perdidos. Fiquem a saber que continuo a defender o que tinha dito em criança porque por muito ingénuo e inocente que era na altura (infelizmente hoje já não tanto), não deixo de acreditar que estamos cá por uma razão e fazer deste mundo um sítio melhor, não é algo para só ser visto no país das maravilhas ou num filme cheio de efeitos especiais onde o herói combate toda a injustiça e mal repondo o equilíbrio utópico sobre a sociedade que entende nada de anormal se ter passado.


É verdade que temos assistido a inúmeras crueldades no nosso planeta, já devem ter reparado nisso quer tenha sido por se ter manifestado através de um telejornal ou algo que tenham lido na internet ou num jornal de bancada. E pensam naturalmente com toda a indignação e frustração: "Mas como foi isto acontecer, não há ninguém que faça nada para impedir isto?"

Eu sei que não é com segundas intenções que têm pensado isto e têm como clara intenção combater tudo o que de mal tem flagelado o nosso planeta, mas no fundo, as pessoas acabam por inconscientemente afastar o herói e o seu papel de poder mudar algo no dia-a-dia, contra grandes ou pequenas tormentas da nossa civilização. Consideram provavelmente que o seu papel nada iria relevar e como tal terá de ser alguém com mais carisma ou então mais força ou poder a actuar, afirmando por exemplo: "Que posso eu fazer sozinho? Ninguém me vai ouvir... Vou agora preocupar-me com isso quando o Benfica ainda não contratou ninguém de jeito para assegurar a dobradinha? Então e aqueles políticos que estão sentados todo o dia a discutir e não resolverem os problemas do país?" entre outras que já devem ter certamento ouvido de forma bem mais expressiva e sonante por pessoas que aparentam ter uma habilidade profana de regurgitar um palavreado aparentemente com nexo mas desprovido de qualquer conteúdo, apontando os males do mundo mas apenas porque nada mais têm para fazer e o discurso foi despoltado por algo que ouviram dizer em parte incerta, limitando-se a produzir uma versão distorcida como um disco riscado que não sai do mesmo ponto de onde partiu.


Devo dizer antes demais, cada um é um herói e pode fazer a diferença, porque existem, respiram, deslocam-se, mexem o mundo e no que vos rodeia, transformam-se todos os dias, aprendem cada vez mais, ganham todo o tipo de mecanismos para lidar com situações novas, e como tal são o que se chama heróis em potência!


Se tomarem isto como verdadeiro, como poderão dizer o contrário quando confrontados com um problema? Como pode a inércia e o laxismo ganhar perante uma necessidade urgente e escarrapachada à frente dos nossos lindos olhos? Está ali! Não vê? Porque não faz nada? Está mesmo à sua frente, é só estender a mão, é só impedir que essa injustiça aconteça, é so preciso que escolha agir em vez de se tornar um apático compulsivo perante uma situação nova.


Onde está o vosso motivo de sonhar e força propulsora de desejos, fantasias e emoções, capazes de proporcionar aquela dorzinha de barriga que nos fazia querer enfrentar o mundo e pela injecção constante de adrenalina nos tornava o mais destemido dos infantes lá de casa e arredores? Se repararem nós até fizemos por dar exemplos aos nossos pais de como agir e de como deveriam ser feitas as coisas no nosso ponto de vista, é certo que nem sempre fomos levados a sério, mas de alguma forma, também após um intenso convívio diário do que seria aquele super herói de meio metro, os nossos pais acreditavam bem mais do que julgavam que a magia e a diferença podiam ser feitas.


Não fosse por isso os nossos pais não seriam também cada vez mais e melhores pessoas capazes de nos inspirarem para tudo o que o mundo nos reserva e que dotados das melhores armas que a educação e a formação cívica nos podem dotar, exibimos o nosso peito com orgulho onde o "S" está bem vincado e estampado e do qual podem ver um modelo a seguir.


Apesar do discurso ir longe, apenas desejava transmitir a ideia da diferença que cada indivíduo pode fazer.


Vou continuar a ser o super herói em quem bastantes pessoas se orgulham e não vou fazer o que esperam que faça mas o que penso que seja certo e melhor para todos.


Who wants to be a superhero?

1 comentário:

Diuska disse...

Para mim já és alguém muito importante, a minha referência. E sabes uma coisa? chega aqui o teu ouvido...para te contar um segredo...já está? Um dia serás o herói dos nossos bebecas, e um dia eles vão dizer "O meu herói é o meu papá! Quando for grande quero ser como ele".