quarta-feira, 16 de março de 2011

PEC PEC PEC PECADO!

ó agostinho!
ó agostinha!
que rico vinho!
vai uma pinguinha?

Este país está um colosso.
Está tudo grosso! Está tudo grosso!

Letras como esta dão o mote para o que é sem dúvida uma crise política disfarçada.

Para quem dúvidas, atente ao seguinte:

O Governo reune com o PSD, de forma a criar um acordo em diversas matérias que permitam por um lado o Governo aprovar medidas que lhe permitam actuar em diversos campos, e o PSD consegue evitar uma crise económica sem precedentes, tornando a bancarrota um cenário mais distante quanto possível.

Até à uns tempos foi assim...

Agora o Governo não reune com o PSD, e até se encontra com os homólogos dos outros países da UE, admitindo novos esforços e sacrifícios aos portugueses sem ter em conta, o seu parceiro com acordo assinado e qualquer orgão de soberania como é o caso do Presidente da República ou a Assembleia da República. Ninguém sabe de nada e muito espanto foi denotado perante a indignação do país em nada saber nem nenhum representante eleito pelo povo ter sido consultado sobre a leveza que estas decisões e movimentações são feitas como se de brisas no verão se tratassem.

Mas não são! Nem de perto se pode comparar com algo agradável o que se está a passar neste momento.

Só depois de o patente escândalo de todos os orgãos de soberania, é que o Governo vem muito calmamente mostrar a sua surpresa de que não havia informação a dar, e que estava sempre previsto consultar os outros partidos... That's bullshit and you know it!

Então quando as medidas se afiguravam há algum tempo como suficientes, de repente fala-se de um novo PEC como se estivessem a planear férias em algum resort de luxo, quando de facto mais se vai exigir.

O mais sarcástico de tudo isto é mesmo depois de uma total falta de maturidade política e seriedade a lidar com esta situação, o comentário do Governo perante a possibilidade de recusa do novo PEC ser votado na Assembleia da República e aprovado, ameaçam com intervenção externa do FMI e demissão do Governo.

O que quer isto dizer?

Bem além de ser o inevitável por alguém que foge com o rabo à seringa da responsabilidade política e decide dar de frosques, em termos práticos, estamos a assistir a uma grande jogada a nível partidário, para fazer o PSD aos olhos do povo ser visto como um conspirador e um sujeito incapaz de cooperar quando o país mais precisou, que não aprovou medidas que nos colocariam dentro dos objectivos comunitários e que ademais arrastaram o País para pagar uma nova factura (a juros mais favoráveis do que têm sido conseguidos até agora).

Com a falta de educação e conhecimento dentro destas matérias, na novela quem se lixa sempre é aquele que fica a olhar perplexo para a menina que sai a chorar da sala, quando o resto do elenco se apercebe e lida com essa situação, apenas é levado a concluir, se saiu a chorar dali foi porque aquele que lá está lhe fez mal. Coitadinha!

Enfim é uma jogada inteligente que estou a ver a surtir imenso sucesso, porque o PSD ao assumir o Governo em seguida, tendo o FMI à perna, não têm outro remédio do que seguir as directrizes daquela entidade, o que forçará o PSD a discursar e agir sempre em conformidade com o entendimento do FMI, frustrando qualquer tentativa de marcar algum tipo de diferença na governação do PS.
Estará em jogo um sacrifício maior à população e como o Sócrates disse e bem, são alturas de sacríficios políticos e de tomada de decisões muito impopulares, e isto para quem quer ter pão na mesa, trabalho e meio de sustento da família, não quer saber minimamente se quem lá está tem as mãos atadas. Querem soluções, trabalho e qualidade de vida, caso contrário o povo sairá às ruas, aumentando a rede de manifestações e de violência perante a pobreza generalizada e o desemprego crescente.

Depois de tudo isto, o Sócrates ainda sai como o bonzinho que só quis saber do interesse nacional e de salvar os portugueses, com outras tantas retóricas que já se sabe que quem as ouvir vai ter uma grande simpatia e achar que o que ele diz é que é verdade. Como sabem o português tem memória curta... Tudo se perdoa a seu tempo neste país, até os ladrões e corruptos são elevados a santos ou heróis da pátria com o passar do tempo, há sempre fervorosos defensores dos maiores larápios da História.


Grande jogada Socas!

1 comentário:

Diuska disse...

O sócas não sai como maártir nada :P

Já falámos disso, mas continuo com a mesma opinião. De qualquer das formas eu quero eleições =D