Longa a minha ausência do mundo da escrita e dos fiéis leitores.
Por fim de volta e com um tema bem quentinho e polémico (embora sem grandes motivações para o ser).
Promoções na cadeia de supermercados Pingo Doce (cá vou eu fazer free advertise), que levaram à loucura milhares e milhares de portugueses que devido teor da referida promoção, foram capazes de mostrar o instinto de "sobrevivência" que há em cada um de nós.
Passo a explicar para os viajados por Marte. A promoção que foi levada a cabo pelo Pingo Doce, consistia em que todas as compras superiores a 100 €, teriam um desconto de 50% sobre as ditas compras. Significa por isso que quem gastasse teoricamente 200 € em compras, pagaria apenas 100 €. Isto é bom, espectacular e tudo de maravilhoso para o consumidor.
Contudo as maravilhas por vezes não são assim tão grandes, senão vejamos:
- A campanha tinha por intuito
atrair os portugueses que gozavam o feriado de 1 de Maio (dia do trabalhador), embora os seus funcionários não tivessem descanso;
- Aproveitando-se ao mesmo tempo de ser
início do mês e a carteira dos portugueses estar bem mais recheada do que até à uns dias atrás, pois
foram pagos os salários;
-
O chavão de 50% de desconto, iria causar o furor na população que sabia que era uma oportunidade única;
- O
factor crise/troika/austeridade/tintins apertados sem saber para onde se virar para fazer face às obrigações familiares;
Como vêem isto resultou numa combinação de ingredientes mais bem sucedida que a poção do Asterix.
O resultado do que foi reportado, traduziu-se num prejuízo de 17 Milhões de Euros. O que tenho sérias dúvidas, porque a
publicidade grátis que obtiveram desta medida, chegando até a assunto de Assembleia da República discutir-se esta questão foi o tónico que faltava para que desde rubricas a piadas a momentos de destaque no horário nobre fossem exacerbados ao ponto de conseguir superar este "prejuízo" hipotético.
Óptimo para quem aproveitou, temos pena para quem não chegou a vias de facto com a promoção da moda que durou apenas um dia.
Conclusão que retiro disto,
desde que não sejam desrespeitadas as leis da concorrência,
está tudo muito bem e viva o direito privado e a autonomia de contratar.